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Texto por Gustavo Ribeiro
O compromisso com a agenda de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I) vêm crescendo consideravelmente nas últimas décadas. Apesar disso, muitas organizações e líderes acham que essa pauta não tem relação nenhuma com o desenvolvimento sustentável e a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).
Ao longo dos anos, muitas empresas foram aderindo a modelos mais conscientes de gerir seus negócios e implementando os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, como forma de demonstrar seu compromisso. Muitas estratégias envolviam questões ambientais e de governança, mas quando chegavam na pauta de diversidade, o assunto era deixado de lado. Para muitos, debater sobre “isso” era polêmico demais e na maioria dos casos, os gestores faziam relação com debates ideológicos e partidários, mascarados de preconceito.
Contudo, entre os anos de 2010 e 2020, foram publicados alguns estudos e artigos que traziam à luz esse tema: diversidade nas empresas importa. Um desses casos foi o relatório “Why diversity Matters?”, lançado em 2015, da McKinsey, que explorou a influência da diversidade étnica, cultural e racial em diversas organizações e percebeu a influência positiva na performance financeira.
Depois que esses dados caem na internet, não tem mais volta e muito menos desculpa. O que sobra é a adaptação para essa realidade. A mudança foi ocorrendo através de grandes corporações, nacionais e multinacionais, que começaram a se posicionar de forma positiva, criando estratégias para promoção da diversidade e da inclusão.
Um bom exemplo é a Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, que se consolidou com o maior evento de diversidade do mundo, inclusive reconhecido pelo Guinness Book. Pessoas de diversos estados brasileiros e até de diferentes países se deslocam para São Paulo para participar do evento, movimentando o turismo e o comércio local. Nas últimas edições, a Parada chegou a gerar uma movimentação financeira de mais de R$700 milhões de reais no estado de São Paulo. Além disso, já contou com grandes patrocinadores, como L’Oreal Groupe, Burger King, 3M, Amstel, Smirnoff, Microsoft, entre tantos outros.
DE&I para a Comunidade LGBTQIA+
O caso da Parada de SP exemplifica como a diversidade importa e é lucrativa, mas é necessário que seja feito com responsabilidade e de maneira que a comunidade não seja explorada. As marcas e empresas precisam se comprometer em apoiar a comunidade LGBTQIA+ na luta por direitos e respeito na sociedade.
Estamos em junho, um mês de extrema importância na agenda de Diversidade, Equidade e Inclusão, porque é celebrado o Mês do Orgulho LGBTQIA+. Nesta data é comum várias empresas adotarem a bandeira do arco-íris em suas redes sociais como forma de demonstrar o seu apoio, bem como promovem atividades internas e externas para seus colaboradores, entre outras ações.
Essas atividades de promoção da diversidade se alinham com as práticas ESG, devendo estar no mapeamento de riscos sociais e de governança. Além disso, também possuem relação com os ODS 5 (Igualdade de Gênero), 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico) e 10 (Redução das Desigualdades). Deste modo, empresas que promovem um ambiente inclusivo e diverso não só melhoram seu desempenho financeiro, mas também criam um local de trabalho mais inovador, colaborativo e satisfatório para todos os colaboradores.
É fundamental que as organizações, independente do porte, se engajem nessa causa, porque apesar de muitos acharem que não, ambientes corporativos hostis e preconceituosos afetam diretamente a saúde física e mental de pessoas LGBTQIA+. Em muitos casos, as ações que são realizadas, que para alguns é considerado “mimimi” ou exagero, para muitos é o apoio necessário para se sentirem pertencentes.
Estamos no século 21 e já avançamos muito, em diferentes setores da sociedade, mas infelizmente alguns “óbvios” ainda precisam ser ditos.
Em um mundo com tanto ódio e preconceito, sejamos mensageiros do amor e agentes de transformações em todos os espaços que nós ocupamos.
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