Notadamente percebesse hoje a valorização exacerbada e o aumento da presença das pessoas nas mídias sociais, tal movimento estimula o crescimento da valorização do self, anulando o contato significativo nos encontros pessoais, intensificando as relações narcísicas.

A exacerbação do superficial, a valorização da estética, e a cultura da imagem aparecem como transformações essenciais às novas configurações de subjetivação ditas pós modernas e contribuem cada vez mais para o mal estar na atualidade, geralmente associado a um vazio interior e insatisfações generalizadas frente a idealizações e oscilações da autoestima.

Vivemos uma temporaneidade que se baseia no instantaneísmo, na brevidade do tempo presente, assim se faz necessário reconhecer as profundas modificações que estas mudanças geram ao psiquismo individual, introduzindo uma articulação recorrente entre o narcisismo e a contemporaneidade.

As redes sociais influenciam com grande relevância comparações, gerando dor e sofrimento, potencializam sentimentos de grandiosidade, despertam gatilhos emocionais e consequentemente geram ansiedade.

Neste sentido as selfies alimentam esse tipo de personalidade, pois projeta-se  algo ao qual sempre precisamos correr atras, vislumbrando uma imagem que não corresponde à realidade vivida, o que  é muito cansativo e desgastante.

Quando vivemos interações no mundo tangível, fora do âmbito digital das redes sociais, nos possibilitando viver nossa história, sem comparações e culpas.

A ausência de uma intimidade verdadeira com o outro intensifica relações superficiais, influenciando o surgimento do patológico e potencializando o egocentrismo.

Todos esses movimentos frente as redes e mídias digitais evidenciam que as pessoas com comportamento narcísico convivem com um sofrimento sem dimensões palpáveis, acarretando um prejuízo considerável em sua vida cotidiana.

Neste âmbito o tratamento destas demandas deve levar em conta o desenvolvimento do contato, buscando validar sua experiência, fomentando criativamente a capacidade do sujeito de enfrentar novas situações com espontaneidade.

Cuidar da sua relação consigo, respeitando suas subjetividades despertam possibilidades de novas caminhos que se mostram no existir, caminhos estes que nos conduzem a uma vida mais leve e saudável, abarcando a perspectiva biopsicossocial de saúde.

Autora: Susan Neuwirth

CRP-12/23625

Psicóloga Clínica

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Instagram: @susans.psico

Balneário Camboriú / SC

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